A internet das coisas deverá se aflorar em diversos setores da economia. Residências e prédios atingirão outro nível de inteligência. Distribuidoras elétricas, empresas de saneamento, data centers – os processos e os negócios não serão mais os mesmos. Empresas e fornecedores ficarão 100% conectados.
Veremos a nova revolução industrial 4.0, manufatura avançada e smart sendo utilizadas e potencializadas ao máximo
Mas a pergunta que fica é: estamos preparados para essa tecnologia? Temos condições de desfrutar todas as vantagens que ela poderá nos proporcionar?
Infraestrutura. Essa é a palavra-chave. Para que as “coisas” de fato se conectem à internet, investir em infraestrutura é condição sine qua non. E isso precisa ser feito agora.
As organizações devem apostar nas tecnologias digitais – nas suas telecomunicações, na sua logística, nas suas operações, no seu dia a dia.
Sem drama, mas também sem rodeios: quem não conectar suas infraestruturas já (já!), não terá como se ligar à cadeia de fornecimento global quando o 5G chegar. Ou seja, para esses, game over.
O que fazer para chegar lá
Você sabe o que a transformação digital pode fazer por uma companhia? Em última instância, será possível extrair e analisar dados, e decisões serão tomadas sem a interferência humana.
Em linhas gerais, isso significa: sugestões de melhorias em eficiência operacional, reduções de custos e consumos energéticos, até informações para manutenção preventiva e preditiva, tornando o ambiente realmente inteligente e completamente inserido na IoT.
Antes dessa fase, entretanto, é preciso investir no que chamamos de edge control: softwares para supervisão e controle dos produtos conectados.
E, assim, fazendo o caminho regressivo, chegamos ao primeiro passo dessa jornada obrigatória: tornar os produtos (ou as coisas) conectáveis. Ou seja, transformar o analógico em digital. Infraestrutura, meu caro. Infraestrutura.
Como o 5G impulsiona a transformação digital
Fato é que o 5G permitirá conectar “coisas” em níveis nunca antes possíveis.
Pensemos na indústria. Uma fábrica possui vários maquinários e precisa pagar um contrato de manutenção com uma empresa. Como está tudo conectado, é possível saber quais são os equipamentos que precisam de manutenção preventiva ou preditiva. Usando algoritmos de inteligência artificial, dá para evitar a quebra do ativo, realizando a troca de um componente antes da falha. E se falhar, o distribuidor pode adequar o estoque que está lá na ponta e colocar a equipe do parceiro para atender ao cliente de maneira muito mais rápida e mais efetiva em termos de custos.
Se olharmos para o chão de fábrica, teremos uma gestão muito mais eficiente. A gestão de energia da planta poderá ser realizada em tempo real, sem mais a necessidade de uma reunião para saber quantos quilowatts foram gastos. Esse dado já estará disponível, e os administradores poderão se comunicar com todos os setores da empresa de forma on-line para, juntos, tomarem as melhores decisões de negócios na mesma hora.
Só que nada disso será possível se não houver um preparo prévio. Nada disso será possível se não houver investimento na base.
O capital necessário
O que os executivos precisam fazer hoje é: adquirir equipamentos possíveis de conexão. Temos que pensar em infraestrutura conectável – não precisa estar conectada, mas, sim, deve ser conectável.
E ser conectável não significará trocar o ativo. Em muitos casos, já existem soluções que possibilitam tornar um equipamento inteligente. Isso vale para residências, prédios, hospitais, indústrias…
Moral da história: melhor investir em infraestrutura agora, antes que seja tarde demais. Até porque, se você não fizer isso, seu concorrente o fará.
Cristiano dos Anjos é Vice Presidente para América do Sul da Schneider Electric. A Schneider Electric é líder global na transformação digital e em gestão da energia e automação.